Quatro cidades da Bahia serão palco para o espetáculo [sem] DRAMA no mês de Agosto de 2025

O espetáculo intimista visto por mais de mil pessoas em Salvador e indicado ao Prêmio Bahia Aplaude 22/23 nas categorias de Melhor Espetáculo Adulto, Melhor Texto e Melhor Direção. [sem] DRAMA - que estreou em 2022 - vai ocupar novas casas pelo interior da Bahia, ampliando sua potência estética e política ao longo do caminho. O projeto Espetáculo [sem] DRAMA de Leste a Oeste, leva de 01 a 22 de agosto a montagem às cidades de Ilhéus, Jacobina, Santo Antônio de Jesus e Salvador, em um percurso que atravessa quatro territórios culturais distintos do estado. Ao todo, serão oito apresentações, duas em cada município.


As apresentações acontecerão nos dias 1º e 2 de agosto, às 19h, no Terreiro de Matamba Tombenci Neto (bairro Conquista), em Ilhéus; nos dias 9 e 10 de agosto, também às 19h, no Sesc Jacobina; no dia 14 de agosto, em duas sessões, às 9h30 e às 14h30, no Sesc Santo Antônio de Jesus; e nos dias 21 e 22 de agosto, às 19h, na Casa Preta Espaço de Cultura, em Salvador. Em cada cidade, haverá uma sessão com intérprete de Libras e visita guiada sensorial, garantindo acessibilidade ao público. Os ingressos são R$20 (inteira) e R$10 (meia) e podem ser adquiridos na página do Instagram do Teatro Terceira Margem (@teatroterceiramargem) e nos locais das apresentações.


Com texto assinado por Caio Rodrigo, que atua e dirige a obra ao lado de Gordo Neto, o espetáculo parte do conto A Casa Tomada, de Julio Cortázar, para construir uma metáfora instigante sobre os desaparecimentos — sejam eles simbólicos ou materiais. Na trama, dois irmãos confinados observam o progressivo desaparecimento dos cômodos da casa em que vivem, num enredo que aproxima ficção e realidade com humor, tensão e estranhamento.


Em cena, os atores estabelecem um jogo rigoroso entre os personagens, que se inscrevem no drama encenado diante do público. Assim, a peça se desdobra como um grande jogo metateatral, deslocando os limites entre a ação dramática e a ordem factível dos dias, borrando as fronteiras entre ficção e realidade.


No conto A Casa Tomada, de Julio Cortázar, o espetáculo [sem] DRAMA aprofunda o tema dos desaparecimentos a partir de uma trama em que dois irmãos, confinados sem explicação aparente, testemunham o sumiço gradual da casa onde vivem. Esse ambiente de estranhamento, imobilidade e rendição silenciosa ao desconhecido ecoa no espetáculo, que transforma o conto em um dispositivo cênico para explorar as tensões entre ficção e realidade, vida e linguagem, dialogando com a crise política que e sanitária — da censura às artes à experiência de reclusão.

Desde sua estreia, [sem] DRAMA tem se afirmado como uma obra em constante estado de reinvenção, em que cada nova apresentação reflete o amadurecimento de sua cena e oferece ao público a oportunidade de revisitar, sob diferentes olhares e contextos, temas como o isolamento, a reclusão e a fragilidade do tecido social, no momento de crise pandêmica e política.

Mais do que um espetáculo em circulação, a montagem se apresenta como um organismo em expansão, que incorpora em si a experiência acumulada ao longo do tempo, reafirmando o teatro como um campo de resistência, transformação e persistência criativa, onde o tempo atua não como limite, mas como aliado do fazer artístico. Vale pontuar que,  [sem] Drama conta com Erick Saboya na direção de arte, a iluminação fica por conta de Pedro Dultra Benevides, arte gráfica de Caique Chaves e a produção de Raquel Bosi e Victor Gonçalves.

Fruição e Formação

Além dos espetáculos, o projeto contempla a oficina gratuita Processo [sem] DRAMA: entre atuação, encenação e escrita, uma ação formativa que propõe uma imersão no processo criativo do espetáculo. Ministrada por Caio Rodrigo e Gordo Neto, a oficina parte do conceito de “drama” como dispositivo para investigação cênica, percorrendo os atravessamentos entre dramaturgia, atuação e encenação. 


Para tanto, os criadores trabalharão com relatos de experiência e construção de exercícios práticos. O objetivo central é levantar elementos peculiares a cada etapa do processo e investigar possíveis deslocamentos, tensões e intersecções que resultem numa desestabilização de uma pré-determinada concepção de ação dramática. 


Com 24 horas de duração, divididas em quatro turmas de seis horas cada , a atividade coloca em foco as tensões entre ação e inação, presença e ausência, jogo e estrutura — temas centrais tanto na obra quanto no próprio fazer teatral. Com 20 vagas cada, as oficinas ocorrerão sempre das 9h às 16h, nas seguintes datas e locais: Ilhéus, no dia 2 de agosto, no Terreiro de Matamba Tombenci Neto (Avenida Brasil, no bairro Conquista); Jacobina, no dia 9 de agosto, no Espaço Cofo das Artes; Santo Antônio de Jesus, no dia 15 de agosto, no Teatro Sesc Santo Antônio de Jesus; e Salvador, no dia 22 de agosto, na Casa Preta Espaço de Cultura.


Voltada a artistas, estudantes e grupos de teatro locais, a oficina reforça o compromisso do projeto com a formação de plateias e a construção de redes artísticas em cada território visitado. As inscrições para participação podem ser realizadas na página do Instagram do Teatro Terceira Margem (@teatroterceiramargem). Ao seguir viagem pelo Litoral Sul, Piemonte da Diamantina, Recôncavo Baiano e Região Metropolitana, [sem] DRAMA reafirma sua vitalidade como obra em movimento, abrindo-se a cada cidade para novas leituras e interpretações.


Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

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